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??A "terceira onda" de covid-19 no Brasil, provocada pela disseminação da variante Ômicron, está em fase de extinção, segundo pesquisadores que compõem o Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Dados constantes do boletim divulgado pelo Observatório nesta sexta-feira, 8, indicam que se mantém a tendência de queda de indicadores de incidência e mortalidade poelo coronavírus. O documento analisa dados de 20 de março a 2 de abril (semanas epidemiológicas 12 e 13 de 2022) e destaca que pela primeira vez, desde maio de 2020, nenhum Estado superou a marca de 0,3 óbitos por 100 mil habitantes.
"Os dados permitem afirmar que a 'terceira onda' epidêmica no Brasil, com o predomínio da Ômicron entre os casos, está em fase de extinção", registra o documento.
Para os pesquisadores, o atual cenário sinaliza redução gradual dos principais impactos da pandemia, com diminuição do número de casos graves, internações e óbitos. Mas eles alertam que esse quadro não significa o fim da pandemia e pode ser alterado caso surjam novas variantes mais letais ou que escapem da imunidade provocada pelas vacinas contra a covid-19.
A tendência de queda se reflete também nos casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) por covid-19. Nas fases mais críticas da pandemia, 98% das internações por SRAG eram positivas para o coronavírus. Atualmente, essa proporção está em 50,7%. Outro indicador estratégico, a taxa de letalidade, permaneceu em valor próximo a 0,8%.
Ao longo de 2021 esses valores oscilavam entre 2% e 3%. Foram reduzidos para 0,2% no início de 2022 e, em março, passaram para 1%. A redução desse indicador, observada durante a terceira onda epidêmica, é atribuída principalmente à vacinação de grande parte da população-alvo e à menor gravidade da infecção pela Ômicron.
O boletim ressalta o papel da vacinação no controle da covid-19 e alerta sobre a importância da segunda e da terceira doses. "Além disso, as doses de reforço em grupos populacionais mais vulneráveis podem reduzir ainda mais os impactos da pandemia sobre mortalidade e internações", observam os pesquisadores. Em um país continental como o Brasil, com diversas realidades regionais, eles defendem a ampliação da vacinação, para atingir as regiões com baixa cobertura. Também chamam a atenção para a necessidade da continuidade do uso de máscaras em ambientes fechados.
Outro desafio estratégico, de acordo com a análise, é a readequação do sistema de saúde. A orientação é aproveitar esse período de menor transmissão da covid-19 para atender as demandas represadas durante as fases de alta de casos. Entre as iniciativas sugeridas estão a capacitação profissional para atividades de vigilância e cuidado, o reforço da atenção primária de saúde e o atendimento de síndromes pós-covid-19.
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